domingo, 18 de dezembro de 2016

EPIGRAMA


                                                Ernesto Cardenal

Ao perder-te eu a ti
tu e eu é que perdemos

Eu porque tu eras
quem eu mais amava

E tu porque eu era
quem te amava mais

Mas de nós dois tu
perdes mais do que eu:

Porque eu poderei amar
a outras como amava a ti

Mas a ti não te amarão
como te amava eu.


Comentários por Simone Carvalho:



Esta poesia em estilo Barroco, da Era Clássica, reflete o sentimento de vaidade e convencimento de alguém sobre outra pessoa, “numa sequência de situações e contradições” relativa a amar e perder o amor.
Ele sabe que ambos perderão, se derem fim ao relacionamento. Mas, e apesar de saber-se amado, ainda assim, considera que o amor que ele sente é maior. Então, está convencido de que ela perderá mais que ele, visto que o sentimento que ele nutre por ela, outro homem, jamais, será capaz de sentir. E ele poderá amar na mesma intensidade, a outra mulher.

E eu, amo poesia!

 

Sobre o autor:

Ernesto Cardenal Martínez, Nasceu em Granada, Nicarágua, aos 20 de janeiro de 1925.
É um poetasacerdoteteólogoescritortradutorescultor e político de fama mundial. Por sua obra poética, tem merecido vários prêmios internacionais. É reconhecido como um dos mais destacados defensores da teologia da libertação na América Latina. Estudou filosofia e letras no México e frequentou cursos de pós-graduação em Nova York, Roma e Madri. Estudou teologia na Colômbia e foi ordenado sacerdote em Manágua, em 1965. 

Sua poesia reflete seu radicalismo pessoal.

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