quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

Resenha por Mara Carvalho

Título: A menina que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 382

Pontuação: 4/5

Apreciação:

O livro conta a história de uma menina alemã, Liesel Merninger, durante a segunda grande guerra mundial. Como sua mãe é considerada comunista, ela  é destinada à adoção.

O narrador tem seu primeiro contato com a menina quando ela estava com 9 anos de idade em 1939 e viajava de trem para Munique com a mãe e o irmão de 5 anos. Durante a viagem o irmão morre ao lado da irmã, e é um momento muito triste e marcante na vida da menina. Após o enterro de seu irmão, lá mesmo dentro do cemitério, ela rouba o seu primeiro livro. Ele havia caído do bolso do jovem aprendiz de coveiro “Manual do coveiro”. Naquela época ela ainda não sabia ler, mas a atração pelo livro e o consolo que ele representava foi tão grande que ela não resistiu e o levou. O livro representava a última vez que ela via o irmão e a mãe.

O mais interessante e assustador é que o narrador da história é a “morte”. De vez em quando o narrador conversa com o leitor. E o narrador deixa transparecer seus sentimentos, ele não consegue deixar de pensar em Liesel por todos aqueles anos.

Em Molching ela passa a viver com o casal Hans e Rosa Hubermann, na Rua Himmel, num bairro pobre, de gente simples. Lá ela aprende a conviver com pessoas e situações novas, pesadelos e medos, guerra e sofrimento.

Uma frase do livro me marcou profundamente, ela é muito forte e parece jogar na nossa cara uma cena tão habitual, quantas pessoas nos são invisíveis...

“Para a maioria das pessoas, Hans Huberman mal chegava a ser visível. Uma pessoa não especial. Com certeza, tinha habilidade como pintor. Sua habilidade musical era superior à média. Mas, de algum modo, e tenho certeza de que você deve ter conhecido gente assim, ele conseguia parecer uma simples parte do cenário, mesmo quando estava na frente de uma fila. Vivia apenas por ali, sempre. Indigno de nota. Não era importante nem particularmente valioso.”

Mas em seguida vem uma frase, como uma redenção:

“...Decididamente havia valor nele, e isso não passou despercebido para Liesel Merninger (a criança humana...) Ela percebeu de imediato.”

Lindo, tocante! Faz pensar... e foi com este novo pai que Liesel aprende a ler. Agora são vários livros roubados.

Com o vizinho e amigo Rudy Steiner, Liesel passa sua infância. Roubos, traquinagens, fome, medo, esperanças, tudo é compartilhado com ele.

O tempo passa e vários personagens entram na história, cada um com uma importância na vida da nossa pequena grande personagem, tais como Ilma Hermann, esposa do prefeito. Ela tinha em sua casa uma enorme biblioteca.

Outra personagem importante é Max Vandenburg, um judeu que Hans escondeu em seu porão por 2 anos. Figura importante na história e que cria laços de afetividade com Liesel, assim como um irmão querido.

O início do livro é um pouco cansativo e monótono, o que me deu pouquinho de desânimo, só mais à frente o livro começou a me prender e valeu a pena. 

Recomendo!

Boa leitura!


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