quarta-feira, 19 de outubro de 2016

ERA UMA VEZ UMA PRINCESA - A história real de uma mãe em busca dos filhos sequestrados

Resenha por Mara Carvalho

Título: Era uma vez uma princesa
Subtítulo: A história real de uma mãe em busca dos filhos sequestrados
Autora: Jacqueline Pascarl-Gillespie
Editora: Best Seller
Ano: 2008
Páginas: 447

Apreciação: 5/5
  
Resenha:

Filha de uma jovem australiana e de um estudante intercambista da Malásia. A história verídica de Jacqueline inicia na Austrália, sua terra natal.

Aos 5 dias de vida seu pai abandona sua mãe e volta para a Malásia. A mãe, adoece e os cuidados com o bebê ficam por conta da avó materna Irene Rosaleem Pascarl. Após alguns anos a filha volta para os cuidados da mãe.

De uma família desestruturada, desde a infância sofrendo abuso sexual pelo padrasto com o consentimento de sua própria mãe, essa era sua vida.

Um dia ela juntou todas as forças, deu um basta, e saiu de casa. Tudo o que ela queria era ser feliz, ter uma família, alguém em quem confiar e compartilhar a vida.

Mas, por uma ironia do destino, a vida trouxe para Jacqueline um homem que seria o maior de seus pesadelos.

Bahrim apareceu em sua vida quando ela tinha apenas 17 anos de idade. Encantador, gentil, cheio de surpresas, carinhoso, um perfeito cavalheiro. Insistente, ele não desistiu até convencer a moça de namorá-lo. Daí para o casamento foi um passo.

Ele, Raja Kamarul Bahrin Shah Ibni Yang Amat Mulia, um jovem príncipe malaio, levou sua amada para sua terra natal. O casamento foi feito às pressas, aí tudo mudou, aquele cavalheiro virou seu carrasco, surras, agressões psicológicas, eram seu dia a dia. Era obrigação do marido corrigir a esposa quando ela fazia alguma coisa errada, fora dos padrões da realeza. Agora ela já não era mais Jacqueline e sim Princesa Yasmim, nome escolhido para ela pelo marido.

Na Malásia, uma cultura completamente diferente, a mulher tinha o dever de obedecer cegamente o marido, inclusive o dever de até adivinhar o que ele queria, sob pena de correção. Sem conhecer nada desta cultura, nem a língua falada ela se tornou uma prisioneira de Bahrim.

Alguns anos se passam e ela tem 2 filhos com ele: (ela continuou apanhando mesmo durante as gestações)
Iddin (filho nascido em 15/02/1983)  e 
Shahirah (filha nascida em 07/07/1985), para desprezo do pai, pois mulher não tinha valor.

Com muito sacrifrício após muitos anos de violência, ela teve forças para novamente dar um basta e sair desta situação com os 2 filhos.

Mas o destino novamente prega peças e o que era de se esperar acontece. Bahrim sequestra seus filhos em 1992.

E a vida de Jacqueline vira um pesadelo novamente.

Agora ela passa por outra dor, a dor da perda dos filhos, do vazio, da ausência, da desesperança, do julgamento dos outros, a dor de várias tentativas de recuperá-los, a dor do imprevisível ou previsível.

“... Desmaiei depois de ouvir a notícia, minha concha mantida com cuidado finalmente se desfez. Estava afundando, caindo, morrendo, ainda que continuasse viva...”

Fiquei comovida com a história de Jacqueline. O livro é muito rico em detalhes, é quase um diário. E fiquei pensando, como é arriscado ir para um país sem conhecer sua cultura, seus hábitos, suas leis, principalmente se envolver com uma pessoa com cultura tão diferente. O que acontece com mulheres em alguns países é tão absurdo, nem dá pra acreditar que existe isso no mundo de hoje!

O que chocou muito foi que ela conheceu este rapaz na década de 80. Isso quer dizer, esta história é recente. Inaceitável.

Já deu para perceber que este livro é recomendadíssimo.


Boa leitura!

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