terça-feira, 3 de outubro de 2017

ESPUMAS FLUTUANTES

Resenha por João de Carvalho

Título: Espumas Flutuantes
Autor: Castro Alves
Editora: Martin Claret
Ano:  (escrito em 1870)
Edição: 2005
Páginas: 188

Pontuação: 5/5

Resenha:


Antônio de Castro Alves (1847-1871), viveu 24 anos, filho de pai médico e mãe de talento musical. Aos 13 anos tomava parte nos saraus literários. Semeava, na visão de Ebion de Lima, nos jornais, os seus versos, fazendo muitas vezes delirar o público. Este monumento humano jovem foi destruído pela tuberculose, também vítima de um acidente: o disparo de uma arma no seu pé.

Literariamente, a gente vê as duas grandes faces de seu estro poético:

a)      Épica – seus poemas foram comparados como “um incêndio em marcha”.

b) Lírica – suas poesias são voluptuosas, sua alma uma flor. Seu estilo, predileto dos moços, sendo sua poesia recoberta de grande brilho, plena de antíteses e apóstrofes. A linguagem moderna poderia qualificá-lo como “um poeta atômico”, tal a sua força expressiva.

b)       Na prosa, escreveu o drama: “Gonzaga” ou “A Revolução de Minas”. Na poesia, é notável  “O Navio Negreiro”.

Neste livro, Espumas Flutuantes, o poeta fez de sua lírica e sensibilidade uma arma contra as injustiças sociais. Era ele defensor do Condoreirismo (a vertente social da poesia romântica) e consequentemente da poesia com engajamento social. Seus versos passaram a representar a voz dos oprimidos de seu tempo: os escravos! Além de apoiar a independência da Pátria”. Eis, os versos em que apostrofa a Deus: - “Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes?”

Neste livro destacamos os poemas: - “O livro e a América, Os três amores, O vôo do gênio, Adormecida, Onde estás, O coração, As duas flores, Os perfumes, A uma atriz, Canção do boêmio, Quando eu morrer, É tarde, As trevas, Dalila, O coração, À uma estrangeira, Boa noite, As duas ilhas ”.

 “Como as espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo, possam elas levar uma lembrança de mim às nossas plagas.” - Para avaliá-lo é preciso ler “Espumas Flutuantes”, com 54 poemas deste poeta cuja “alma era ao mesmo tempo uma flama e uma flor”. A glória o perseguia, nem ele a desdenhava!

Recomendo a leitura desta obra, publicada em 1870, que traz a data de cada poema. “Sua inspiração e compulsão para a poesia eram de total genialidade”.

Boa leitura!


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