domingo, 22 de agosto de 2021

POEMAS

 

Resenha por João de Carvalho

Título: Poemas

Autor: Gregório de Matos Guerra

Editora: Companhia das Letras

Ano: 2019

Páginas: 355



Pontuação: 4/5

Apreciação:

Os melhores autores da literatura brasileira descrevem-no sempre, exaltando sua capacidade poética, no século XVII.  Tendo nascido na Bahia, em 1633 e falecido no Recife em 1696, Lamartine, célebre escritor francês, escreveu que “A alma das regiões passa para a alma dos homens” e mulheres escritoras. O meio realmente influencia quem escreve. O ser humano, na verdade, é fruto do meio ambiente em que vive. Enfim, os fatores, seguindo o crítico francês Taine, que influenciam as faculdades literárias são: a raça, o meio e o momento. 

Gregório de Matos Guerra foi “o primeiro poeta boêmio dom Brasil. Perdulário e leviano, acumulado de violeiro e cantador”. Tudo no sentido arrojado e decido. Sua vida religiosa foi muito tumultuada, após perder os pais e seu tutor D. Gaspar Barata. Entretanto foi um dedicado advogado. Chegando a ser preso e degredado para a África. 

Escreveu muito sobre o gênero lírico, especialmente nas espécies: decimas, epílogos, glosa, sonetos, romances e tercetos. Usou com veemência o estilo de época, chamado barroco. As modalidades mais expressivas de sua participação literária foram: Satírica, Antropocêntrica, Religiosa.

Vejam algumas características de Gregório: - espírito revoltado;

                                                                       - satírico;

                                                                       - repentista;

                                                                       - nativista;

                                                                       - jurista;

                                                                       - irreverente.

Seu estilo retratou a sua época, tornando-o um dos fundadores da nossa literatura. Tanto é verdade que é patrono da Academia de Letras, da Cadeira nº 16, chamada com propriedade “a cadeira da irreverência”.

A título de repentista manifesto, vejam estas: 1- O historiador Rocha Pita solicitou-lhe, certa vez: Gregório, faça uma rima pra mim! E, ele, sem mais: capim! 2 – Retratando o governo da Bahia, começa pelo ridículo:

                                      “Nariz de embono

                                 Com tal sacada

                                 Que entra na escada

                                 Duas horas primeiro que seu dono...”

 

Enfim, entronizou no Brasil os versos decassílabos italianos que aqui tomaram o nome de “versos gregorianos”. Recomendo, antes, a leitura do Livro de “Literatura Brasileira” de Ebion de Lima, que foi meu preferido nos tempos universitários. Em seguida “Poesias” de Gregório de Matos Guerra. Destaco o livro “Poemas”.



 

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