domingo, 11 de abril de 2021

O CASTELO DE PAPEL

 

Resenha por João de Carvalho

Título: O CASTELO DE PAPEL

Autora: Mary del Priore

Editora: Rocco Ltda.

Edição ano: 2013

Páginas: 302


 

Pontuação: 5/5 

Apreciação:

Mary del Priore, autora de 36 livros de história do Brasil. Sócia do Instituto Histórico Brasileiro. Correspondente e acadêmica de diversas entidades específicas e institutos históricos. Sua atuação principal é em São Paulo, onde conquistou 21 prêmios literários. Com notável e versátil talento, entre outros escreveu estes livros: Histórias e conversas de mulher, Matar para não morrer, Sobreviventes guerreiros, Beije-me onde o sol não alcança, Histórias da gente brasileira, etc.

Um casamento arranjado entre a família imperial brasileira e a dinastia Orléans uniu a princesa Isabel e o conde d’Eu. Ele, um nobre europeu, neto do último rei da França. Ela, obediente filha e herdeira do Império do Brasil. A união por interesses familiares não impediu que fossem apaixonados por toda a vida, representando o retrato acabado do romance do século XIX. Narrando a biografia entrecruzada do casal, O Castelo de Papel revela a tensa atmosfera de um mundo em transição. Na Europa, monarquias estavam em crise e a industrialização criava um proletariado cada vez mais ativo. A nobreza defendia seus direitos em arranjos familiares  alianças dinásticas, enquanto no Brasil o Império parecia imune aos novos ventos. Historiadora e uma das mais especialistas no período do Brasil Império, Mary del Priore é conhecida por combinar o rigor da pesquisa historiográfica com uma narrativa fluida e romanceada. Neste livro, ela apresenta, através da vida do casal, um tempo em que reis perdiam suas coroas, barões eram aposentados de sua grandeza, mas  que, como mostra o romance, príncipes e princesas ainda casavam e eram felizes para sempre”(Orelha interna do Livro).

 

O assunto é muito familiar aos leitores brasileiros porque o casal Princesa Isabel e Conde d’Eu é bastante conhecido, especialmente pela juventude universitária atual e pelos intelectuais da 1ª geração. Foi um casal muito simpático unindo a história de Bragança e a Casa Imperial do Brasil. Especialmente, porque ela decretou a abolição da Escravidão, em 1888. Grandes nomes da história aparecem com suas falas e pregações políticas, como Rui Barbosa e José do Patrocínio. A narração é feita com muita clareza e retidão históricas. 

Livro de leitura fácil, corrente, atraente, assentada em documentos autênticos e históricos. Leia e observe bem esta fala solitária de Isabel, às fls. 297. “Quanta vez Isabel reiterou: quem lhe dera não participar de atos oficiais. Que seu pai viesse logo ‘arredá-la de suas responsabilidades’. Que não tinha ambição. Que gostaria de trabalhar menos e sem se cansar. Que governar era levar uma ‘vida de cão’. Em sua correspondência, a palavra ‘política’ era sempre sinônima de coisa ‘entediante, desconhecida, cansativa’. “Na literatura houve um homem que não quis ser rei. Na vida real, ela foi a mulher que não queria ser imperatriz." (Eugéne Pirou, 1896). 

A autora retrata e relata tão bem a situação vivida pelo casal que a gente se sente dentro do Palácio. É a biografia do casal com os seus três filhos. Considerada a redentora do Brasil por ter sancionado as leis do “Ventre-Livre (1879), e “A Lei Áurea” (1888). Assim foi a Princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança”. É um livro destinado a todos os(as) brasileiros(as).                                                      

Recomendo!

 


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