terça-feira, 21 de setembro de 2021

O MAMELUCO BOABENTURA

 

Resenha por João de Carvalho

Título: O Mameluco Boaventura

Autor: Eduardo Frieiro

Editora: Itatiaia

Ano: 1998

Páginas: 119


 

Pontuação: 4/5

Apreciação:

Eduardo Frieiro (1889-1982) foi professor, Fundador de Faculdade de Filosofia, Fundador e Diretor da Biblioteca Pública de Minas Gerais e pertenceu à Academia Brasileira de Letras. É autor de muitos livros, como:

O Mameluco Boaventura (Romance);

Os Livros, nossos amigos;

O diabo na Livraria do Cônego;

Feijão, Angu e Couve;

O Cabo das Tormentas (Romance);

A Ilusão Literária, etc.

Foi um escritor que amou os livros, mas que queimou 22 cadernos de anotações (4.000 páginas manuscritas). Atacou o Modernismo, especialmente seus seguidores. Escreveu que “Ser Revolucionário é fácil, difícil era ser Conservador”!  Era positivo ao aconselhar: “Ler, ler. Saber. Para quê? Para construir o próprio espírito.”  “Gosto das letras, dizia, mas não gosto dos literatos”. 

O livro, ora em apresentação, é um romance que se passa no início do século XVIII, tendo como cenário as redondezas de Ouro Preto na época da febre do ouro em Minas e da Guerra entre paulistas e emboabas. Foi escrito em Belo Horizonte em 1929, em plena efervescência do Movimento Modernista no Brasil. 

“Boaventura é filho de um paulista e de uma índia e herdou uma fortuna do pai. Um dia, fica conhecendo Violante, filha de Transmontano, seu inimigo figadal. A paixão é arrebatadora e imediata...” O Narrador é onisciente, terceira pessoa. Há várias referências históricas que ambientam o romance. A ação se passa em 1719. São muitas personagens que agem na peça literária. Destaque especial para a heroína, que se apresenta imutável do princípio ao fim, retratada como um anjo, um ser sagrado. Só encontramos comparação dela, em literatura, com “Flora, de Esaú e Jacó, de Machado de Assis”.

 

Participam da trama: Frei Tiburciano, padrinho do Mameluco; o alferes Suzarte; Chicão; O Conde de Assumar; Eliezer, Andresa, Querubina proprietária de uma pensão nos arredores de Ouro Preto, etc.

Há um destaque especial descritivo sobre Ouro Preto da época. O final do romance é feliz! Vale a pena lê-lo. 

Em 1999 – a PUC-Minas adotou, entre outros, este livro para o Vestibular, com excelente comentário do professor do pré-vestibular Pitágoras, Cid Ottoni Bylaardt, lembro-me muito bem disto pelo Jornal Estado de Minas.

Boa leitura!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Querido leitor, está com dificuldade para postar um comentário?
Siga os passos:
1- Digite no quadro o seu comentário.
2- Em "comentar como" escolha a opção nome/URL e digite seu primeiro nome
3- Não precisa escrever na opção URL
4- Clique em publicar.

Se aparecer a frase "EU NÃO SOU UM ROBÔ", basta seguir as instruções e depois publique.

Bjs