Resenha por João de Carvalho
Autor: Oswald de Andrade
Editora: Globo S.A.
Edição: 2ª
Ano: 1990
Páginas: 151
Apreciação: 4/5
Resenha:
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo aos 11 de janeiro
de 1890. Faleceu aos 22 de outubro de 1954.
Temperamento irreverente e combativo.
Sua obra completa, registrada neste livro, é representada por vinte e quatro
lançamentos literários, abrangendo romances, poesias, críticas, crônicas e
ensaios. Foi um dos principais integrantes de Arte Moderna (1922). Forma o
famoso grupo dos cinco, com: Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Anita
Maffalti e Menotti del Picchia. Como candidato a deputado federal em 1950, pelo
Partido Republicano Trabalhista (PRT), em São Paulo tinha como slogan de
campanha: Pão-teto-roupa-saúde-instrução-liberdade.
A Literatura apresenta a linguagem sob
dois aspectos bem distintos. O estilo erguido, altiloquente dos mestres, como o
do Águia de Haia (Rui Barbosa de Oliveira); Coelho Neto, o último heleno; Olavo
Bilac, o príncipe dos poetas. Eram eles os verdadeiros deuses, incontestes, do
Olimpo oficial.
A poesia de Oswald de Andrade
representou uma guinada de 180º da expressividade literária da época. Os
valores de então foram enfrentados pelos representantes do Modernismo desde o
primeiro momento da Semana de Arte Moderna, no início da década de vinte.
Foi autor do Manifesto Antropológico e
do Manifesto da Poesia Pau Brasil.
Foi considerado “o primeiro esforço
organizado para a libertação do verso brasileiro” e conseguiu. É a restauração
do nosso falar quotidiano.
O livro é introduzido com excelentes
comentários por Haroldo Campos e Paulo Prado especialistas no assunto e escritores
primorosos.
O livro é de Leitura fácil com poemas
curtos, sem rima porque Oswald entendia que a poesia existe nos fatos, “Ágil e
cândida. Como uma criança”. Na contracapa do livro está escrito: “Os poemas de Oswald incluídos neste volume
fornecem pistas de nossa modernidade. Fundindo poema e prosa e abordando temas
inusitados. Oswald estabelece os pontos de saída e chegada de sua transgressora
linguagem poética resgata a ação da fala e reescreve a nossa língua de forma
natural e neológica”.
É um livro para quem gosta de um estilo
direto, sem rima e muito representativo da revolução literária.
Boa Leitura poética da realidade.
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