Resenha por João de Carvalho
Autor: Fiódor M.Dostoievski
Ano de publicação: 1866
Editora: Martin Claret
Páginas: 591
Apreciação: 5/5
Resenha:
Fiódor M. Dostoievski (1821-1881) viveu
60 anos apenas. Foi um dos mais notáveis escritores russos. Um dos maiores
intérpretes da alma soviética. O cortejo de seu enterro teve a extensão de um
quilômetro até o Mosteiro Alexsandre Niívski.
O romance Crime e Castigo é altamente
dramático. Já foi dramatizado nos palcos e filmado várias vezes. A obra
sobrevive, quase como um milagre. O pai foi médico e ele engenheiro. Ser
escritor pertencia ao círculo de subversivos. Condenado à morte teve a comutação
da pena para dez anos de trabalhos forçados na Sibéria. Indultado volta da
Sibéria, como soldado raso. Posteriormente vai para São Petersburgo, onde se
dedica a escrever. Começa a atividade literária com “Crime e Castigo” em 1866.
Tornando-se viciado no jogo de azar perdeu tudo.
Enredo do livro: “Raskptuikpov, em dificuldade
financeira, quer salvar sua mãe Pulkheria e sua irmã Audotia. Para tanto assassina a usurária Aliona Ivanovna (agiota) mulher
velha, feia, avarenta, inútil e nociva. Roubá-la e ajudar a própria mãe e irmã
e começar nova vida. Aparece na cena a irmã da vítima Lisaveta. Então, mata-a também. Pega o dinheiro
e foge! Arrependido se confessa ao comissário de polícia. Apresenta-se
espontaneamente. É condenado à Sibéria e, vai acompanhado de Sônia (com a qual lê o evangelho).
É um romance policial? Talvez não, mas
trata-se de um crime, com elementos de romance gótico e de romance-folhetim,
escrito por necessidade de dinheiro para ajudar mãe/irmã e salvar esta do
casamento com o desprezível Luchin e, depois das garras do debochado
Svidrigailov.
“Cheio de boas intenções, mas com os
bolsos vazios, um estudante resolve matar uma velha inútil e nociva (porque
usurária) para corrigir as coisas, ou seja, a sua própria vida de maneira
particular, e o mundo, em geral. Todas as motivações como os planos do
crime são perfeitos, nada pode falhar, mas tudo termina em fracasso: o crime é
cometido primariamente e a consciência do rapaz transforma-se num verdugo mais
severo do que a polícia” (Otto Maria Carpeaux, em As Obras-Primas que Poucos
Leram).
É um dos maiores romances russos, Crime
e Castigo (1866), que pôde ser realizado porque a pena do autor foi comutada,
quase na hora de seu fuzilamento.
Sua Leitura é um privilégio para um
leitor consciente e inteligente.
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