IRMÃS EM AUSCHWITZ

Resenha por Mara Carvalho

Título: Irmãs em Auschwitz

Subtítulo: A comovente luta pela sobrevivência de duas irmãs reféns do Holocausto

Autora: Rena Kornreich Gelissen e Heather Dune Macadam

1ª publicação: 1995

Editora: Universo dos Livros

Páginas: 406

Apreciação: 5/5

Resenha:

O livro conta a história verídica de Rena e Danka, irmãs sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz.

A família era composta pelos pais já idosos e 4 filhas. As duas primeiras já eram moças quando os pais tiveram Rena e Danka. As mais velhas se casaram e somente as duas mais jovens permaneceram com os pais. Eles moravam na Polônia e eram judeus ortodoxos bem rígidos.

Em 1939 a Alemanha invade a Polônia. Muitas das moças judias estavam sendo abusadas sexualmente e, preocupados com a segurança da filha, os pais mandam Rena para Eslováquia escoltados pelo jovem Andrzej, um gentio(um polonês). Eles saem em fuga e chegam a casa do tio Jacob.

Rena mantinha um amor secreto por Andrzej,.os dois se correspondiam em sigilo e ele a pede em casamento. Respeitando a religião do pai ela não aceita o pedido. O tempo passa e Rena decide voltar para casa.

Tempos depois ela e Danka são novamente afastadas de casa para preservar a vida. As irmãs ficam em locais diferentes.

Em 1942, preocupada com a segurança das pessoas que a acolheram, Rena decide se entregar para o campo de trabalho criado pelos alemães.

Ela acreditava que lá ela trabalharia até tudo se resolver e que seria tratada com o mínimo de dignidade. Mas o inferno só estava começando, ela não imaginava que seria tratada daquela forma, e que o campo de trabalho era um campo de concentração e morte.

Rena fez parte do primeiro transporte em massa de moças para o campo de Auschwitz. Foram 998 moças que viajaram por dias, em pé, nos vagões de gado, imobilizadas pelo excesso de pessoas em cada vagão, com fome e sem ideia do que as esperava.

“Há um odor que não consigo identificar. Não é de dejetos humanos ou de moças que não tomam banho há dias, embora esses cheiros também sejam predominantes. É o cheiro de medo que permeia o ar em volta de mim.”

Durante o período em Auschwitz Rena encontra algumas amigas, entre elas Erna e Fela, que também são irmãs e que estão juntas lá. Lá também vê muito de seus amigos mortos e fica sabendo de morte de outros. Assiste a todo tipo de atrocidade e violência.

Danka e Rena

Para tristeza de Rena, Danka entra em Auschwitz, e Rena toma para si a responsabilidade de manter a irmã caçula viva e levá-la de volta para a mãe.

As prisioneiras eram obrigadas a trabalhos pesados e pouquíssima refeição, para não dizer mínima, a fome era uma sensação constante. “Comida...nunca é suficiente. Nosso estômago dói constantemente. Todos os momentos do dia, acordadas ou dormindo, estamos famintas.” Além disso o medo constante da morte, por violência, fome, frio, doença, exaustão ou tudo isso junto.

“Entre trabalhar dez ou doze horas por dia e evitar a SS, há pouca energia para qualquer outra atividade. Pensar está se tornando impossível.”

A cada semana uma nova seleção era feita e filas de moças iam para as câmaras e gás e depois para o fornos.

Muito sofrimento nos é retratado por esta mulher que lutou pela sua vida e de sua irmã. Trabalhando em Auschwitz, Auschwitz-Birkenau, Stabsgebüde e em Neüstadt Glewe. Foram mais de 3 anos de sofrimento até ser libertada.

Um livro que mexe com os sentimentos e nos faz repensar os verdadeiros valores da vida.

Vale a pena!

Boa leitura!