Neimar de Barros
Venha, cara a cara
E assassine minha dor com um beijo,
Porque sua boca é arma que dispara
Tiros de desejo – balas de amor.
Venha, frente a frente
E enforque a tristeza comum, riso branco,
Porque sua boca sufoca a gente
Num cadafalso franco – cheio de beleza.
Venha, venha sem titubeios,
Fresca e nua, saída do banho.
Eu não me acanho...
Fresca e nua como tempestade.
Fresca, balançando os seios.
Fresca, os lábios cheios de saudade.
Fresca, piscando os olhos, chorando.
... Um segundo! Um segundo,
Estou morrendo...
É... É muito sonho que componho
Pra tão pequeno mundo.
Muita utopia, muita alegria...
Meu Deus,
Estou morrendo de pé
Sem muita fé de tê-la.
Eu me desgosto, pasto!
Me perturbo, me masturbo,
Me encerro, berro,
Um berro bestial
E choro, sentindo-me torpe,
Um escravo do corpo,
Um idiota, um bípede,
Um irracional...
Meu Deus me mate,
Me enfraqueça,
Nada mais sou que um estranho
Animal com sexo na cabeça!
Comentário por Simone Carvalho:
Uma poesia forte que revela um amor
imenso, que existe apenas na cabeça deste homem. Mostra, além do amor tão
grande, um desejo carnal pela mulher. E em seu sonho, o homem vive intensamente
o momento de vê-la, de tê-la, de possuí-la. Uma mulher linda, cuja boca, cujo
sorriso, cujos lábios o atraem perdidamente. Cujo corpo ele apenas imagina,
maravilhoso!
E no momento em que atinge o clímax,
o homem cai em si – e se percebe um “torpe” (obsceno, indecente, moralmente
baixo). Então, chora e pede a ajuda de Deus por ter se deixado agir sem
raciocínio, como um irracional escravo do corpo.
Vocês
gostaram?
Eu amo poesia!
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Bjs