Resenha por João de Carvalho
Título: O VIOLINO DE AUSCHWITZAutora: Maria Àngels Anglada
Editora: Globo S.A.
Ano: 2009
Páginas: 127
Pontuação: 4/5
Apreciação:
“Maria Àngels Anglada (1930-1999) é considerada a maior escritora catalã do século XX. Formada em filosofia clássica pela Universidade de Barcelona, recebeu em 1978 o prêmio Josep Pla por seu livro de estreia na ficção, Les Closes, e em 1985 o prêmio Lietra D’Or por Sandálies d’escuma. E, 1994, recebeu do governo da Catalunha a Cruz de San Jorge. O violino de Auschwitz, seu último livro, traduzido para inúmeras línguas, tornou-se um best seller internacional.”
O Violino de Auschwitz se inscreve em uma grande linhagem da moderna literatura de ficção cujo tema geral pode ser resumido por uma expressão: dignidade em meio à barbárie. Os racistas pretendem diminuir a dimensão humana do objeto de seu ódio. Os nazistas, por sua vez, pretendiam anulá-la. A arte, porém, a reafirma. A magnífica ironia desta história está em o comandante do campo, que administra a desumanização dos confinados, ordenar ao artesão Daniel a criação de um instrumento capaz de gerar a música mais pura. Com isso, o prisioneiro reafirma, de forma palpável, a profundidade de sua condição humana.
Faz, também – e este é outro tema do livro -, com que o artesão Daniel encontre força para sobreviver em meio à maior das adversidades. Trata-se igualmente, enfim, do antigo tema de Davi contra Golias, com a diferença de que, aqui, Davi não atira uma pedra, mas constrói minuciosamente um instrumento, enquanto Golias não é mais um gigante no meio do campo de batalha, mas uma gigantesca máquina kafkiana de destruir gente. Sobreviver, portanto, é vencê-la.
Daniel é um artesão – mais precisamente, um construtor de instrumentos musicais. Agora, porém, tenta sobreviver no inferno de Auschwitz trabalhando como carpinteiro. Até que o comandante do campo, amante de música clássica, descobre sua verdadeira profissão. Decide, então, pô-lo à prova: ele deve construir um violino que tenha o som mais perfeito. Daniel põe-se a trabalhar, sem saber o que o aguarda, se falhar.
Em conclusão: É um relato bem elaborado, que merece ser lido. A situação de Daniel preocupa o leitor. Recomendo!
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