Resenha por João de Carvalho
Título: Antologia PoéticaAutor: Carlos Drummond de Andrade
Editora: Record
Edição: 40ª
Edição ano: 1998
Pontuação: 5/5
Apreciação:
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) ficou conhecido no final da década de vinte, ano 1928, mui divulgado pela revista Antropofagia. Sua produção literária a seguir foi muito intensa, com notável aceitação do público alvo, de modo especial pelos amantes da poesia. Nasceu em Itabira do Mato Dentro, Estado de Minas Gerais. Faleceu após 12 dias do velório de sua filha Julieta, quando seu coração enfraquecido parou roubando-lhe a sua vida.
Um de seus poemas mais apreciados é “No meio do Caminho”. Este poeta deixou escrito que “O tempo é minha matéria”, sempre lutando intelectualmente, pela ascensão da poesia. Entre suas obras literárias podemos destacar: “Alguma Poesia” (1930). “Sentimento do Mundo” (1940) “Poesias” (1942); “A Rosa do Povo” 1945; “Claro Enigma e A Mesa” (1951); “Viola de Bolso” (1952); “Poemas escolhidos pelo autor” (1956), etc.
Notável a edição bilíngue, Espanhol e Português, do livro “100 Poemas”.
- “Antologia Poética” goza de excepcional comentário feito para o vestibular do ano 2000, na UFMG, pelo Professor Cid Ottoni Bylaard em três partes: “Um eu todo retorcido”, que se resume na palavra “gauche”; “O Caminho de Damasco”, homenagem à sua terra e sua trajetória; “Genealogia”, um verdadeiro retrato da família.
Drummond, nesta Antologia homenageia sete artistas, aborda o choque social com a temática da injustiça e um sistema de erros dominado por interesses capitalistas. O império do amor bate record em suas poesias não contaminadas pelos acontecimentos do mundo. O que importa são as palavras, com sua força e sentimento. A Antologia Poética contém o melhor ideal da poesia brasileira dos anos 20 até o final da década de 60, no século passado. Poesia que incomoda, que tem momentos de encantamento e lucidez, que nos leva à contemplação de que este é um artista que constrói sua arte conforme o preceito de poesia maior emitido pelo poeta inglês Coleridge: “As melhores palavras na melhor ordem”.
Recomendo a leitura desta famosa e superatual obra poética.
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