Resenha por João de Carvalho
Autor: Machado de Assis
Editora: TAG- Experiências Literárias em parceria com a Editora L &
PM
Edição: 1ª
Ano: 2019
Páginas: 79
Pontuação: 5/5
Apreciação:
Joaquim
Maria Machado de Assis (1839-1908) um dos melhores e maiores escritores
brasileiros de todos os tempos. De família pobre, mulato, vítima de
preconceito, foi criado pela madrasta porque perdeu sua mãe muito cedo.
Superou tudo, até seu problema de visão. Estudou em escola
pública. Aprendeu francês e latim. Foi até revisor de jornais. Foi fundador da
ABL e seu primeiro presidente.
Publicou obras na fase romântica e realista. Desta fase é seu
melhor conto, O Alienista, entre outros dez. Considerado uma das obras-primas
deste escritor, no gênero Conto.
Personagens principais: Dr. Simão
Bacamarte, Evarista, Crispim Soares, Padre Lopes, Porfírio, João Pina, Padre
Lopes. Sr. Costa, ...
Narrador em 3ª pessoa
(Onisciente).
Local: Itaguaí, RJ.
Enredo: D. Simão Bacamarte, médico de
boa fama, respeitado, elogiado pela esposa Evarista, estudioso da psiquiatria e
da mente humana, vai para o interior, funda uma clínica especializada para
doentes mentais, chamada “Casa Verde”. De início trata dos realmente doentes,
depois vai aos que ele, alienado, considera como tais, embora, na verdade estão
“sãos”, como por exemplo; Sr. Costa, Evarista, Porfírio, Padre Lajes,
vereadores. Usa o sistema de internação no hospício e os desinterna, na
sequência dos fatos. Na verdade o único que tinha o desvio de caráter era ele
próprio, que terminou internando-se, e, morrendo na ”Casa Verde”.
O narrador expõe, com perfeição literária, a ironia e a vaidade
do ser humano, com a mania de internações absurdas, como por exemplo dos
vereadores da pequena cidade.
A linguagem usada pelo
escritor é simplesmente primorosa, na exposição do enredo, onde, ele explora,
via médico excêntrico, a visão deturpada da mente humana que flutua entre a
razão e a loucura, pela mania de internar/desinternar.
“O que começa como um projeto aparentemente bem intencionado
passa a se mostrar uma obsessão, alarmando a cidade de Itaguaí. Em um estilo ao
mesmo tempo realista e fantástico.”
Recomendo, com insistência, a leitura deste Conto.
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