Já viste, ao por do sol, entre pomares
mortos, montões de ruínas cheios de hera,
tetos caídos, restos de pilares
à margem das estradas? – é a tapera.
Pois, se um dia, mais tarde, reparares,
verás quando chega a primavera
e se enchem de perfume o chão e os ares,
sobre essas ruínas uma flor impera.
Quantos de nós vemos também, olhando
a estrada da existência percorrida,
da dor extinta, as ilusões brotando.
E então sentimos sós, na tarde calma,
que a saudade é a esperança, a flor querida
– das taperas que temos dentro da alma.
Comentário por Simone Carvalho:
Autoria: não sei! Procurei no Google, mas, infelizmente não encontrei. Fica aqui, à espera de alguém que possa nos informar.
O autor ou autora, nos apresenta o cenário de uma estrada, por onde caminhamos e vemos um lugar onde antes havia uma casa entre pomares, que certamente, davam frutos para alimentar a família e seus amigos. Um lugar de alegria e fartura. Com o passar do tempo – fica a cargo de nossa imaginação – os mais velhos morreram, os mais novos se mudaram, e abandonaram essa casa que foi se deteriorando. Caiu o teto, as paredes. E mais tarde, o que sobrou foram restos de pilares. Um montão de ruínas. A hera (que é uma planta trepadeira aproveita-se desses locais, cresce e se enrosca nas taperas). Na primavera, com certeza, brotarão flores nesses lugares.
Aí, é que vem a comparação que o(a) autor(a) faz com maestria: A nossa vida, a nossa existência, marcada por dores e sofrimentos: “taperas da alma” – com o passar do tempo vai se acalmando – e fica apenas a saudade que é a esperança, como uma flor querida, trazendo o bálsamo que vai cicatrizando as chagas do nosso coração.
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