Resenha por Mara Carvalho
Autor: Lima Barreto
1ª publicação: 1948
Editora: Martin Claret
Páginas: 157
Apreciação: 5/5
Resenha:
Escrito em 3ª pessoa a história
se passa no subúrbio carioca. De linguagem simples e de fácil leitura o livro
conta a história de Clara dos Anjos, uma bela moça de 17 anos, filha única do carteiro Joaquim dos Anjos e Engrácia.
Criada com todos os
cuidados e zelos, uma moça ingênua, recatada, carinhosa e obediente aos pais, está
prestes a cair nas garras de Cassi Jones de Azevedo, um rapaz branco sem escrúpulos, que tem como prazer e como hobby
seduzir moças simples, normalmente negras e pobres, solteiras ou casadas e depois
abandoná-las em má situação perante a sociedade.
“A atração por uma
qualquer mulher não lhe desdobrava em sentimentos outros, às vezes
contraditórios, em sonhos, em anseios e depressões desta ou daquela natureza. O
seu sentimento ficava reduzido ao mais simples elemento do Amor – a posse. Obtida
esta, bem cedo se enfarava, desprezava a vítima, com a qual não sentia mais
nenhuma ligação especial, e procurava outra.”
Apesar da péssima
conduta e comportamento do filho, D. Salustiana desprezava as moças arruinadas e estava sempre a defender o filho. Já o
pai, Manuel Borges de Azevedo, não aprovava o comportamento do
rapaz, entretanto nada fazia de concreto para mudar a situação e nem conseguia
exigir responsabilidade dele.
“A mórbida ternura
da mãe por ele, a que não eram estranhas as suas vaidades pessoais junto à
indiferença desdenhosa do pai, com o tempo, fizeram de Cassi o tipo mais
completo de vagabundo doméstico que se pode imaginar. É um tipo bem brasileiro.”
Lima Barreto se utiliza da
personagem para discutir o tema discriminação racial e social.
Vários personagens
são apresentados como: D. Margarida, Marramaque, Lafões,
Meneses e outros mais.
A obra foi concluída em 1922, ano
de morte de Lima Barreto e publicada postumamente em 1948.
Nos dias 26 a 30 de julho de 2017 a FLIP (Festa Literária Internacional e Paraty) vai homenagear o escritor brasileiro Lima Barreto:
"De acordo com a organização da Flip, "a edição resgatará a trajetória de um homem que estabeleceu-se como escritor no Rio de Janeiro, capital da Primeira República e da cultura literária do país. Em um meio marcado pela divisão de classes e pela influência das belas letras europeias, era difícil para um autor brasileiro com as suas origens afirmar seu valor". Joselia Aguiar, jornalista que assumiu a curadoria da Flip 2017, fala que Lima Barreto por muito tempo "ficou na 'aba' de literatura social, e sua obra e trajetória possibilitaram muitos debates sobre a sociedade brasileira"."
Para saber mais informações sobre a FLIP, clique aqui.
Eu já estou louca para participar do evento.
Quanto a obra Clara dos Anjos e óbvio que recomendo!
Boa leitura!
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Bjs