Resenha por João de Carvalho
Autor: Eça de Queirós
1ª publicação: 1888
Editora: Martin Claret
Páginas: 592
Apreciação: 5/5
Resenha:
Esta é a melhor obra do realismo
português, cujo autor é Eça de Queirós (1845-1900). Pertence à segunda fase de
sua obra literária.
Retrata, com ênfase, a alta sociedade
portuguesa e seu romantismo decadente. Descreve também a alta burguesia e aristocracia
com seu ócio, jogatinas, corridas de cavalo, festas noturnas, adultérios,
incestos.
A trilogia de Eça de Queirós se
justifica com seus livros: O
Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro e Os Maias.
O romance realista apresenta esta
grande vantagem, funciona como o retrato de uma época. “Na verdade Os Maias
é a estória de um incesto entre Carlos Eduardo e Maria Eduarda, irmãos nascidos
do mesmo pai e da mesma mãe, um adultério muito bem premeditado separa-os no
começo da vida, tornando-os estranhos um do outro em vinte e muitos anos de separação,
para reuni-los mais tarde na mesma Lisboa que os vira nascer, num desses amores
impossíveis que obviamente não podia acabar em um happy end (final feliz). Não
acabou. Amor de perdição terminaria em tragédia: primeiro pelo suicídio de
Pedro de Maia, que a mulher havia minotaurizado, roubando-lhe, além disso, a
filha Maria Eduarda, e, pela morte fulminante do velho Afonso Maia, ao dar-se
conta dos amores do neto Carlos Eduardo – o seu orgulho, o encanto e a razão de
ser de sua vida – com a neta Maria Eduarda que apenas acabara de encontrar”
(Viana Moog).
Os Maias pode ser incluído entre as
obras primas que poucos leram. No fundo Os Maias é uma rica fonte de sugestões
psicoanalíticas. Somente Freud para explicar tamanha obsessão.
Naquela época este romance deve ter
causado um impacto muito forte, porque o conceito de família era de grande
dimensão moral e o fato veio quebrar esta rigidez familiar, chocando a todos
pela sua causa e pelo seu desenlace.
Parece-me que o próprio escritor usou
deste argumento, espelhando sua própria vida de criança, quando apenas se
apaixonara por Emília, irmã mais nova, tendo ele sido criado pelo avô paterno,
longe dos pais.
É um romance forte que deve ser lido só
por leitores adultos.
Boa Leitura!
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