Resenha por João de Carvalho
Autor: Émile Zola
Publicação: 1885
Editora: Martin Claret
Páginas: 456
Apreciação: 5/5
Resenha:
Émile Zola (1840-1902) tem seu nome
gravado no Panteon da França.
Em 1898 defendeu, em alto estilo, o
oficial do exército Alfred Dreyfus, em um caso de grande repercussão. Foi
sucesso absoluto ainda que lhe custasse o exílio na Inglaterra.
Ficou famoso pela expressão “J’accuse”
(Eu acuso).
GERMINAL foi escrito em 1885. É um
livro-denúncia sobre as condições de trabalho da classe operária do século XIX.
É considerada a obra-prima do seu
autor. Para fazê-la não estudou apenas os documentos, mas foi passar meses numa
região de minérios. Morou em cortiços, desceu ao fundo dos poços para ver de
perto o trabalho dos operários. Descobriu as principais doenças causadas pela
mineração. Sentiu o problema dos salários, o sacrifício dos mineiros, o suor de
seus rostos, a dificuldade de empurrar vagonetes de minério, descreve a greve
dos operários, mostra o ódio animal deles, as dívidas, as brigas no cortiço, a
promiscuidade de pais e filhos em casas mui pequenas.
Esta obra genial superpromoveu o autor.
Germinal é um livro básico para todos os profissionais que lidam com operários
em nossos dias, para advogados dedicados à justiça trabalhista, patrões e
dirigentes sindicais e mineradores, pois retrata uma época dura do operariado
francês, com toda sua problemática existencial e trabalhista.
Enfim, é a história do operário em
ação, com seus problemas, dificuldades e luta pela vida.
O mundo mudou, os problemas adquiriram
fisionomia moderna, sempre sacrificando o operário.
Germinal é um livro-chave para se
entender as questões atuais, como tratá-las, defender e proteger o operário.
Èmile Zola afirma com convicção :“ Meu papel foi colocar o homem no seu
verdadeiro lugar dentro da criação”.
É um livro realidade. Merece ser lido.
Recomendo-o!
Boa leitura!
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