Resenha por João de Carvalho
Autor: Cecília Meireles
Ano de publicação: 1953
Apreciação: 5/5
Resenha:
É um livro da poetisa, professora, pedagoga e
jornalista Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901-1964), nascida na
Tijuca, Rio de Janeiro.
Órfã de pai e mãe, foi criada pela avó. Por isso
ressalta-se sua vida marcada pela dor e solidão.
Ela pertence à 2ª geração dos Modernistas do Brasil, cujos
personagens literários viveram um mundo de guerra e autoritarismo! Mas, também
de valorização mística e consciência social. De tendência espiritualista
dedicou-se à poesia.
O Romanceiro da Inconfidência data de 1953. É um poema de alto valor poético, em que a autora
reconstitui a história da Inconfidência Mineira e mostra seu olhar perspicaz
dando novas dimensões a este episódio doloroso da nossa história pátria,
culminando com o sacrifício de Tiradentes.
O livro abrange um período de 138 anos,
reconstruindo fatos situados entre 1698 a 1836.
Joaquim José da Silva Xavier surge como um
“Avatar” de Cristo, uma espécie de redentor do Brasil que abriria as portas da
Liberdade. Os comentaristas afirmam que “Ao mesmo tempo que a autora buscava na
tradição cultural o mito do herói mártir, Cecília Meireles construía, poeticamente,
sua versão dos fatos”.
Cecília ao recontar minuciosamente este
extraordinário episódio da vida Nacional, valeu-se de fontes históricas, como
“Os Autos da Devassa”, mas não quer dizer que se trata de um texto histórico
simplesmente, porém um trabalho espetacular de criação poética.
É uma meditação especial, bela, imponente,
saborosa do destino de homens/mulheres que viveram uma fase perigosa e difícil
da história brasileira, escrava da Coroa Portuguesa, com toda sua imposição e
cobiça do ouro das nossas Minas Gerais. Tudo isto revivido pela sensibilidade
poética de uma verdadeira e consagrada poetisa brasileira, que honra nossas
letras, com uma coletânea de poemas que contam a história de Minas Gerais dos
inícios da Colonização, século XVIII até a Inconfidência Mineira, com 85 episódios românticos.
É uma obra mais lírica que narrativa, defendendo
sempre os brasileiros mais fracos, no episódio da Inconfidência Mineira.
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