HELENA

Resenha por João de Carvalho

Título: Helena

Autor:  Machado de Assis

Ano de publicação:  1876

Apreciação:  4/5

Resenha:

Este romance pertence à primeira fase na carreira de Machado de Assis, como escritor. Data de 1876 ao lado de “Ressurreição, A mão e a Luva, Iaiá Garcia”. Em todas há a preocupação da ascensão social.

As conveniências sociais impedem que o amor de Helena e Estácio crie frutos, ou seja, se concretize.

Trata-se de um romance de esboço psicológico que é descrito, inteligentemente, via ambiguidade de caracteres, única capaz de ganhar o jogo do hipócrita convívio social.

Ela é filha de pobre. Ele de rico.

A gente pode resumir o extraordinário enredo desta obra nestes simples e correntes termos:

 Helena, inicialmente tida como filha do Conselheiro Vale que, ao falecer, contempla-a em seu testamento. Dona Úrsula, irmã do falecido, tem um filho chamado Estácio que se enamora de Helena, mas está ligado à Eugênia, filha do abastado médico Dr. Camargo que está de olho no testamento, aconselhando Úrsula a afastar Helena do benefício testamentário.

Entra na história o amigo de Estácio chamado Mendonça. Os dois se desentendem. Mendonça sabendo que Helena não é filha do Conselheiro Vale, mas de um humilde homem chamado Salvador, abandona o namoro com Helena.

O autor, Machado de Assis, usa esta situação para desencadear um final inesperado na trama. Fato este que merece ser conferido lendo-se o atraente romance, cujo arremate final não desejo revelar antecipadamente.

A narração é feita em terceira pessoa e sabe o autor criar um suspense no final de cada capítulo, especialmente no último.

É uma leitura agradável e atraente, em uma linguagem escorreita e coerente, com períodos curtos e incisivos.

É um enredo forte cujo objetivo é provocar surpresa e emoção.

Boa leitura!