Resenha por João de Carvalho
Autor: Rubem Fonseca
Editora: Companhia das Letras
Ano: 1990
Páginas: 280
Pontuação: 5/5
Resenha:
Publicado
em 1990, Agosto, de Rubem Fonseca distingue-se como uma das obras mais
representativas da produção literária do Brasil.
Desde o início, o romance
exerce um enorme fascínio porque oferece enigmas capazes de estimular a
capacidade de quem lê.
No banheiro encontra-se um “Anel” de ouro que tem uma
letra “F”, gravada, local onde foi assassinado o industrial Paulo Gomes Aguiar.
O anjo negro que levanta o braço e crava o punhal no desenho de um jornal que
lia. As celas superlotadas. Um comissário de polícia indignado com as precárias
condições carcerárias do lugar ou mesmo do país. O excesso de presos. A prática
constante do jogo do bicho, que é contravenção penal. Corrupção bastante
manifesta. O comissário de debilidade física mas de notável valor moral.
O
narrador faz uso da terceira pessoa do singular. Ele utiliza, organiza o relato
em 26 capítulos que correspondem aos 26 dias do mês de agosto de 1954, morte do
Presidente. A morte do Major Vaz. A atuação contundente e direta de Carlos
Lacerda, como exímio tribuno.
A voz narrativa usa do
suspense, interrompe o fio investigativo do crime inicial do industrial, com
excelentes relatos paralelos, como: “O atentado da rua Tonelero; a morte do
Major Vaz; a atuação de Lacerda; as reuniões do clube da aeronáutica; a posição
das Forças Armadas; a revolta popular e o suicídio do Presidente, etc”.
É um romance, baseado em fatos reais, que comoveu o Brasil na década de cinquenta.
Enfim,
a voz narrativa abandona o dom de iludir.
Recomendo
a leitura!
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