Resenha por João de Carvalho
Título: O Mameluco Boaventura
Autor:
Eduardo Frieiro
Editora: Itatiaia
Ano:
1998
Páginas:
119
Pontuação:
4/5
Apreciação:
Eduardo Frieiro (1889-1982) foi professor, Fundador de Faculdade
de Filosofia, Fundador e Diretor da Biblioteca Pública de Minas Gerais e
pertenceu à Academia Brasileira de Letras. É autor de muitos livros, como:
O Mameluco
Boaventura (Romance);
Os Livros,
nossos amigos;
O diabo na
Livraria do Cônego;
Feijão, Angu e
Couve;
O Cabo das
Tormentas (Romance);
A Ilusão
Literária, etc.
Foi um escritor que amou os livros, mas que queimou 22 cadernos de anotações (4.000 páginas manuscritas). Atacou o Modernismo, especialmente seus seguidores. Escreveu que “Ser Revolucionário é fácil, difícil era ser Conservador”! Era positivo ao aconselhar: “Ler, ler. Saber. Para quê? Para construir o próprio espírito.” “Gosto das letras, dizia, mas não gosto dos literatos”.
O livro, ora em
apresentação, é um romance que se passa no início do século XVIII, tendo como
cenário as redondezas de Ouro Preto na época da febre do ouro em Minas e da
Guerra entre paulistas e emboabas. Foi escrito em Belo Horizonte em 1929, em
plena efervescência do Movimento Modernista no Brasil.
“Boaventura é
filho de um paulista e de uma índia e herdou uma fortuna do pai. Um dia, fica
conhecendo Violante, filha de Transmontano, seu inimigo figadal. A paixão é
arrebatadora e imediata...” O Narrador é onisciente, terceira pessoa. Há várias
referências históricas que ambientam o romance. A ação se passa em 1719. São
muitas personagens que agem na peça literária. Destaque especial para a
heroína, que se apresenta imutável do princípio ao fim, retratada como um anjo,
um ser sagrado. Só encontramos comparação dela, em literatura, com “Flora, de
Esaú e Jacó, de Machado de Assis”.
Participam da
trama: Frei Tiburciano, padrinho do Mameluco; o alferes Suzarte; Chicão; O
Conde de Assumar; Eliezer, Andresa, Querubina proprietária de uma pensão nos
arredores de Ouro Preto, etc.
Há um destaque
especial descritivo sobre Ouro Preto da época. O final do romance é feliz! Vale
a pena lê-lo.
Em 1999 – a
PUC-Minas adotou, entre outros, este livro para o Vestibular, com excelente
comentário do professor do pré-vestibular Pitágoras, Cid Ottoni Bylaardt,
lembro-me muito bem disto pelo Jornal Estado de Minas.
Boa leitura!
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