Resenha por João de Carvalho
Título: Poemas
Autor:
Gregório de Matos Guerra
Editora:
Companhia das Letras
Ano:
2019
Páginas:
355
Pontuação:
4/5
Apreciação:
Os melhores autores da literatura brasileira descrevem-no sempre, exaltando sua capacidade poética, no século XVII. Tendo nascido na Bahia, em 1633 e falecido no Recife em 1696, Lamartine, célebre escritor francês, escreveu que “A alma das regiões passa para a alma dos homens” e mulheres escritoras. O meio realmente influencia quem escreve. O ser humano, na verdade, é fruto do meio ambiente em que vive. Enfim, os fatores, seguindo o crítico francês Taine, que influenciam as faculdades literárias são: a raça, o meio e o momento.
Gregório de
Matos Guerra foi “o primeiro poeta boêmio dom Brasil. Perdulário e leviano,
acumulado de violeiro e cantador”. Tudo no sentido arrojado e decido. Sua vida
religiosa foi muito tumultuada, após perder os pais e seu tutor D. Gaspar
Barata. Entretanto foi um dedicado advogado. Chegando a ser preso e degredado
para a África.
Escreveu muito
sobre o gênero lírico, especialmente nas espécies: decimas, epílogos, glosa,
sonetos, romances e tercetos. Usou com veemência o estilo de época, chamado
barroco. As modalidades mais expressivas de sua participação literária foram:
Satírica, Antropocêntrica, Religiosa.
Vejam algumas
características de Gregório: - espírito revoltado;
-
satírico;
-
repentista;
-
nativista;
-
jurista;
-
irreverente.
Seu estilo
retratou a sua época, tornando-o um dos fundadores da nossa literatura. Tanto é
verdade que é patrono da Academia de Letras, da Cadeira nº 16, chamada com
propriedade “a cadeira da irreverência”.
A título de
repentista manifesto, vejam estas: 1- O historiador Rocha Pita solicitou-lhe,
certa vez: Gregório, faça uma rima pra mim! E, ele, sem mais: capim! 2 –
Retratando o governo da Bahia, começa pelo ridículo:
“Nariz de embono
Com tal sacada
Que
entra na escada
Duas
horas primeiro que seu dono...”
Enfim,
entronizou no Brasil os versos decassílabos italianos que aqui tomaram o nome
de “versos gregorianos”. Recomendo, antes, a leitura do Livro de “Literatura
Brasileira” de Ebion de Lima, que foi meu preferido nos tempos universitários.
Em seguida “Poesias” de Gregório de Matos Guerra. Destaco o livro “Poemas”.
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