quarta-feira, 18 de julho de 2018

O MULATO


Apreciação por João de Carvalho

Título: O Mulato
Autor: Aluísio de Azevedo
Editora: Martin Claret
Ano:  1909 (1ª publicação)
Página: 278

Pontuação: 5/5

Apreciação:

Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo (1857-1913) é maranhense que foi morar no Rio de Janeiro com seu irmão Artur Azevedo, como caricaturista. Retornou à sua terra escrevendo para a Imprensa. Lançou vários livros, entre eles “O Mulato” (1881).

 “O núcleo narrativo deste romance é o caso amoroso entre Raimundo e sua prima Ana Rosa. Surge um obstáculo: o preconceito racial da família da moça e de toda a sociedade maranhense, pois Raimundo é mulato. Ante o impedimento têm atitude oposta: Raimundo recua; Ana Rosa, não. Ousadamente leva o namorado a seduzi-la. O rapaz recobra ânimo e planejam então, a fuga. O projeto malogra, por intervenção de D. Diogo, que já era responsável pela morte do pai de Raimundo, tornando-se agora mandatário da execução do próprio mulato (rapaz). Esta morte recebe a versão generalizada de suicídio. Ana Rosa se desespera ao ver chegar o corpo (cadáver) do amado. Seis anos depois o leitor a descobre, casada com Dias, o executor de Raimundo, mãe de três belos filhinhos.

 Estilo. O Mulato relata um caso de amor em que: 
1) As convenções sociais, o preconceito, o conservadorismo vencem o sentimento “amor” das personagens. 
2) Entre o bem e o mal este é o vitorioso. 
3) O vilão, o mau padre D. Diogo, elimina o mocinho. 
4) O mocinho é desprezado por todos, enquanto que o vilão é admirado, respeitado. 
5) A mocinha desposa o cúmplice do vilão.

As constatações acima mostram que as personagens não podem escolher seu próprio destino, pois ele é decidido por fatores alheios à sua vontade. As vidas humanas são joguetes do meio dos instintos, da época, fato que caracteriza O Mulato como um romance naturalista. O naturalismo é uma corrente estética de fins do século passado, filiada aos princípios filosóficos do positivismo e do determinismo que considerava o mundo regido por leis naturais e o homem, condicionado pela raça, meio social e momento histórico.”
(Editora Ática S.A., Suplemento de Trabalho).

Em suma, O Mulato é um notável romance realista, atraente, cujo cenário é São Luís do Maranhão, relatado em 3ª pessoa. Explora o preconceito racial, a escravidão, hipocrisia do clero da época, o provincialismo. O mal que vence o bem. No fim, o casal, Ana e Luís, vive burguesamente.

É um excelente livro. Recomendo!


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