Resenha por João de Carvalho
Autora:
Simone de Beauvoir
Editora: Nova Fronteira
Ano de publicação:1949
Páginas: 936
Apreciação: 5/5
Resenha:
É um livro cuja autora, Simone de Beauvoir, demostra sua visão de
futuro em relação ao valor da mulher. Isto numa época em que não se usava o
termo “feminismo”.
Escritora francesa que superou seu tempo pelo vasto
conhecimento que tinha da mulher, como ser humano, com todos seus
defeitos e suas virtudes, estas com prevalência incontestável.
Ela
repudiou a situação da mulher como simples caudatária do homem. O machismo era,
então, a manifestação inconteste do masculino. Sua ascendência sobre a mulher
manifestava-se em todas as suas dimensões e formas de vida, quer isolado, quer
a dois.
A voz feminina não só era aceita enquanto subordinada aos códigos de
vida e comunicação estabelecidos pelo homem.
“Ninguém nasce mulher: torna-se
mulher”. Com esta frase ela abre o segundo volume do seu livro.
“O homem sério
é perigoso, pode transformar-se em tirano”.
Em “A Força das Coisas” a gente lê
a trilogia de suas memórias.
Se não houver respeito do ponto de vista social,
político, econômico, dificilmente será possível ao homem e à mulher, usufruírem
de plena liberdade.
Este livro, em comento, está dividido em:
1 – Formação: a
infância, a moça, a iniciação sexual e a lésbica;
2 – Situação: a mulher
casada, a mãe, a vida social, prostitutas e hetairas, maternidade e velhice,
caráter da mulher;
3 – Justificações: a narcisista, a amorosa e a mística
mulher;
4 – Caminhos da libertação, etc.
As acusações morais, que se leem
contra ela, acredito que foram frutos de sua convivência com Sartre, homem
inteligentíssimo, mas de grandes fracassos na vida moral.
Ela defende com toda
a força literária o papel da mulher na sociedade. A tese existencialista é
sustentada por ela assim: “Cada pessoa é responsável por si própria”!
Enfim, ela foi escritora, filósofa,
política ativista, feminista, existencialista, sobretudo defensora acérrima da
liberdade feminina total. “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a
liberdade seja nossa substância”, afirmou ela.
Livro para leitores adultos.
Boa leitura!
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