segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CANTO INTEGRAL DO AMOR

                                   J.G.de Araújo Jorge

Cegos os olhos
Continuarias de qualquer forma presente
Surdos os ouvidos
E tua voz seria ainda a minha música
E eu mudo
Ainda assim, seriam tuas as minhas palavras.

Sem pés
Te alcançaria a arrastar-me como as águas
Sem braços
Te envolveria invisível como a aragem
Sem sentidos
Te sentiria recolhida ao coração como o rumor
Do oceano nas grutas e nas conchas.

Sem coração
Circularias como a cor em meu sangue
E sem corpo,
Estarias nas formas do pensamento como o perfume no ar.
E eu morto
Ainda assim, por certo, te encontrarias no arbusto
Que tivesse suas raízes em meu ser
E a flor que desabrochasse murmuraria teu nome...




COMENTÁRIO  POR  SIMONE CARVALHO:

Lendo esta poesia, vemos um homem se entregando claramente ao amor que sente por uma mulher. É uma paixão avassaladora, traduzida em palavras de total submissão. Ele é feliz por amar essa mulher e não se priva de demonstrar em qual grau a coloca em sua vida!

É uma declaração de amor esta poesia de J.G.de Araújo Jorge. Ela faz parte do livro “Os mais belos poemas que o amor inspirou”, editado em 1965.
J.G. de Araújo Jorge  (1914- 1987)






SOBRE O AUTOR: 

José Guilherme de Araújo Jorge, conhecido como J. G. de Araújo Jorge nasceu na Vila de Tarauacá, no Estado do Acre, no dia 20 de maio de 1914. Descendente de tradicionais famílias de Alagoas e do Rio de Janeiro passou sua infância na cidade de Rio Branco, capital do Estado. Mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1931 publicou no jornal Correio da Manhã seu primeiro poema “Ri Palhaço Ri”.

Em 1932 foi escolhido o “Príncipe dos Poetas”, sendo saudado por Coelho Neto. Formou-se em Direito pela Universidade do Brasil. Fez curso de Extensão Cultural na Universidade de Coimbra, onde recebeu o título de “Estudante Honorário”. Foi locutor e redator da Rádio Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado.

J. G. de Araújo Jorge ficou conhecido como o “Poeta do Povo e da Mocidade”. Sua poesia lírica e social fala da alma de toda gente, traduz os desejos, angústias e esperanças.




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